9 de agosto de 2010

Meu amigo Dodjo

Sábado fui pra Cia da P. com Renatudinha e Jô Boca de Morango, tudo muito bom e coisa e tal, apesar da pizza chegar com uma hora de atraso e gelada. Pior que isso foi Boca de Morango tentar pagar a conta com a carteirinha do plano de saúde, ela quase conseguiu dar o golpe, senti vergonha.
Meu amigo que sofre de deficiência de noção apareceu por lá, aquele que liderou a chacina de pneus no maternal que quase me matou. Muito alegre, falando sem parar e alto, foi a sensação do lugar. Jô adorou. Esse comportamento dele me fez lembrar de uma viagem que fizemos juntos, voltando de nossas animadas férias em minha amada radioativa Caetité.
Vinhamos em poltronas distantes e ele resolveu que queria conversar comigo, sentou no braço da minha poltrona e ligou o Play, a nêga do leite é muda perto dele. A matraca não fechou e o rapaz que estava do meu lado teve a péssima ideia de trocar de poltrona com ele. Pronto, menos uma noite de sono, pensei. Pra quem não sabe, Caetité fica a 11 horas de viagem de salvador, o ônibus sai de noite e chega aqui de manhã.
Todos estavam incomodados com o monólogo de Nardo Dodjo, mas uma senhora em especial não parava de nos olhar. Meu amigo percebeu a cara feia da mulher e se irritou com isso, parou de falar por alguns minutos, foi quando todo o buzu cochilou, incluindo a magra e bela aqui.
De repente ele começou a falar de novo, só que dessa vez baixo, bem baixo. Não conseguia entender direito o que ele falava pois tinha acabado de acordar de um sonho bom: lembro que ele falava que não gostava do jeito que a mulher o olhava, que estava com raiva, que eu tinha que prometer não brigar com ele. Foi aí que eu despertei. Como assim não brigar com você? O que você fez?
Eu estou muito arrependido. Promete que não vai falar nada?
Prometo.
Essa mulher ficou me olhando de cara feia, isso me deixou nervoso, depois que ela dormiu eu joguei a sandália dela pela janela.
Meu coração cortou vendo aquela pobre mulher dormindo.
Então fiz uma ameaça: Ou você para de falar agora e vai dormir ou conto pra ela.
Dormi linda e só acordei na rodoviária daqui. Pegamos nossas coisas e saímos do ônibus deixando a mulher lá, procurando sua sandália, que provavelmente ficou entre Vitória da Conquista e Milagres. Me despedi do meu amigo sem noção e enquanto esperava meu pai me buscar vi a mulher esperando sua carona com um pé calçado e o outro descalço.

Que cena meu Deus!

Mas não achem que meu amado amigo é uma pessoa má, porque ele não é. Ele é apenas maluco, mas a culpa é da mãe dele que quando estava grávida ouvia muito aquela musica de Caetano: Mexe qualquer coisa dentro doida, já qualquer coisa doida dentro mexe. Aí já viu!

2 comentários:

  1. Sério que ele fez isso!!!!
    hsuishisushiushsuishuishsiushuish

    Coitadaaa!!!

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  2. kkkkkkkkkkkkkkk! Agora entendi tudo amiga! Por isso que vc trocou os cachorros na infância! Era a convivência com seu amado amigo sem noção! rsrs

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