2 de dezembro de 2011

Desabafo da Moca

Eu não sou Soteropolitana, mas eu amo Salvador com toda força do meu ser, amo essa cidade como amo ser baiana. Sempre tiver prazer intenso em dizer nas minhas viagens que era da Bahia e ver os outros olhos brilharem de vontade de conhecer minha tão amada terra. Pela primeira vez na vida, num lugar cheio de encantos, Rio Grande do Norte, rodeada de pessoas de varias cidades e nacionalidades, descobri que a imagem de uma Bahia encantadora, segura e cheia de cores acabou. Foi novo e muito pouco confortável, ouvir as pessoas falando da violência, falta de estrutura e de como tudo era caro. Foi quando realizei que estavam falando de Salvador, da sua péssima situação administrativa e da falta de segurança que assola essa cidade atualmente apagada, mas que já foi minha cidade luz. Definitivamente, o caos da soterópolis atravessou fronteiras e agora apaga o brilho de todo Estado, as vésperas do verão. Ontem ouvi de uma desanimada guia de turismo:

Quem visita Salvador, não volta e não recomenda.

Imaginam o impacto disso na receita da cidade, na geração de empregos, na imagem do lugar? O que nós, amantes dessa cidade, faremos? Assistiremos de dentro de nossos carros engarrafados, uma pessoa destruir em 8 anos o que levaram 462 anos pra ser construído? Deixaremos que as águas da chuva alaguem nossos sonhos de oferecer um lugar decente para nossos filhos e amigos que venham nos visitar? Continuaremos pagando caro por serviços medíocres que insistem em nos oferecer?

Eu tenho vontade de sair correndo pelos becos e ladeiras dessa cidade linda e gritar, gritar muito alto, mas meu grito sozinho não será ouvido por todos.

Pobre Salvador, que me entristece a cada dia.

Moca Miranda