2 de junho de 2010

Niver de Mamy

Ela veio ao mundo no dia 02 de junho, quando ninguém mais a esperava. Apesar de ter se casado aos 16 anos, Vovy só engravidou da sua primeira e única filha aos 32 anos, o que na época era meio fora dos padrões. Minha mãe era uma peste teimosa e brincalhona. Ficou conhecida na cidade, aos 3 anos de idade, como a menina cega, já que diariamente se sentava na porta de casa com um par de óculos escuros do meu avô. Cresceu rodeada de amigos e mantém boa parte destes amigos até hoje, brigando, pirraçando e cooperando sempre, cada dia é uma estória. Adoro quando se juntam para contar os mesmos casos.
Teve uma infância humilde, mas nada nunca lhe faltou. Calçou da 5ª à 8ª série o mesmo par de sapatos, que no início era folgado, mas no final ficou bastante apertado, mas não o suficiente para lhe tirar o característico sorriso largo do rosto.
Casou aos 23 anos e aos 30 anos já tinha 3 belíssimos filhos, amadureceu como mãe vendo seu primogênito passar por inúmeras cirurgias sem nunca nos deixar transparecer fraqueza ou insatisfação, nos ensinando que a vontade divina não deve ser questionada.
Ela é pau pra toda obra, é mãe pra toda hora. Não só para os filhos, mas para qualquer um que precisar. Fazer o bem sem olhar a quem, este é o lema. Se eu pudesse mudar alguma coisa na minha mãe, a faria um pouco menos preocupada. Uma vez fiz um curso de informática no mesmo shopping onde ela trabalhava, no meu primeiro dia de aula, Mamy pediu que passasse para vê-la antes. O banco onde ela trabalhava estava lotado e eu atrasada. Com 15 minutos de aula, alguém bate na porta e quando a professora abre, ouço uma mulher com voz de choro: estou preocupada com minha filha que ficou de passar no meu trabalho e não passou, acho que aconteceu alguma coisa, estou indo de sala em sala. Ah! Já a vi ali e APONTOU. Precisava apontar? Podia ter visto dado tchau e saído. Por essas e outras que sou grata ao inventor do celular. Hoje entendo que ela só queria saber se estava bem e viva, mas ainda acho que não precisava apontar.
Agora ela inventou de criar um Beija-flor, colocou o nome de Miminha e conversa diariamente com ela. Se vocês acham que o bichinho está numa gaiola, esqueçam, ele vive livre, mas vem várias vezes por dia aqui em casa e já se sente a dona do pedaço. Quando minha mãe viaja, minha irmã humana tem que acordar às seis para colocar água para irmãzinha caçula.
Engraçada, otimista, generosa, dorminhoca, amiga, boa sogra e uma super mãe. Se eu conseguir na minha vida ser metade do que esta mulher é, está excelente. Sou muito grata por ter tido a sorte de nascer filha de Zezé. O conselho que mais recebo dela quando estou dividida ou angustiada é: Entrega a Deus Mó! Daí eu entrego e sempre dá certo. Parabéns para minha Mãezona linda.

Um comentário: