17 de julho de 2010

Jururu de Saudade

Hoje começa a festa mais tradicional de Caetité, Festa de Sant’Anna, a padroeira da cidade. É uma semana de agito e curtição, muita prece e procissão e a cidade bombando. Pela primeira vez na vida, Mamy, que ia todos os anos desde que mora aqui em Salvador, não vai estar lá e isso a deixou jururu. A festa começa com uma Alvorada às 5 da matina e ninguem reclama dos fogos.
Quando eu era criança, eu sempre participava das procissões levando placas com dizeres: Deus é amor, Jesus voltará ou Viva Nossa Senhora Sant’Anna, mas nunca me vesti de anjo e isso é um trauma. Será que sempre tive cara de peste?
Meu primeiro beijo foi nesta festa, o primeiro porre também, como boa canguinha, eu e minhas amigas comprávamos nas barracas de drinks uma dose de vodka Nathasha e um pouco de guaraná por R$0,50, sucesso total! Lembro quando chegou em Caetité a maior novidade alcoólica de todos os tempos, o Cravinho do Pelô. Foi tão marcante que lembro até hoje o nome da barraca que vendia, Shalon. Fiz amizade com o Rastafári Jhá e para ser simpático e sem me consultar ele me deu um copinho premiado. Depois de um tempo comecei sentir a língua inchar, fiquei surda e animadíssima, o resto não me lembro, só sei o que uma amiga me contou e como não sei se ela falou a verdade, não publico.
Um fato marcante nesta mesma festa foi causado pela minha mania de solidariedade e simpatia. Uma banda de algum interior estava tocando uma musica do até então desconhecido Harmonia do Samba, era a música do cavaquinho chorando e todos os cantores que cantavam essa música queria fazer igual à Xanddy, deixar o público gritar “mandei meu cavaco chorar”, só que quando o cara fazia isso, ninguém gritava, me deu dó dele e resolvi ajudar. Fui com uma amiga para frente do palco, frente mesmo, bem frentona mesmo, o cantor todo desanimado, deu um super sorriso quando nos viu, e gritou animado, agora é com vocês, respirei fundo, bem fundo, o mais fundo possível e gritei de dentro da minha alma “Mandei meu cavaco chorar”, só não imaginava que ele colocaria o microfone praticamente dentro da minha boca. O grito ecoou pela cidade inteira e adjacências. Teve uma amiga que morava bem longe da praça e reconheceu minha voz. Quando abri olhei para o cantor ele estava com a mão no ouvido direito, uma expressão de dor e ainda disse NO MICROFONE: “pode ser mais baixo”. Ele bota o microfone perto e a culpa é minha?! Quando olhei para minha amiga, ela estava com cara de pânico, rodeada de mini-monstros de uns 10 anos, os proprôs (em Caetitéense - mesmo que pivetes) estavam metendo a mão na bunda dela e onde mais conseguiam, uma cena deplorável, nem tive tempo de fazer cara de horror, pois senti a primeira apalpada.
Acho que agora sou eu que to ficando Jururu de saudade com essas lembranças, principalmente porque amanhã, 18 de Julho, é aniversário de uma amigona super amada, Nay Shifrer. O niver dela era um dos atrativos da Festa de Sant’Anna e preciso confessar que eu ficava com cara de cirrose mesmo, até deixei uma amiga bêbada beber a cerveja de um copo cheio de moscas, só para resenhar depois.
Enfim, dia 26 de julho estarei na igreja de Sant’Anna no Rio Vermelho, pedindo perdão pelos meus pecados e me emocionando vendo a santinha entrar ao som do seu Hino, que eu adoro e sei cantar todinho, também, tantos anos ouvindo.

Segue uma foto da cidade:



Como todo ano, desde que eu me entendo por gente, as pessoas nunca estão satisfeitas com a parte profana da festa, até Margareth foi citada, segue prova:

2 comentários:

  1. É Mocaaa!!
    Eu tb fico deprê....e como... tô assim desde terça... q o povo ta indo... e eu tô ficando!

    Snif Snif!

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  2. Poxa então Moroco, quer dizer q esse ano, nada de Ximango, nem Xiringa (não sei escrever Caetitéense muito bem)?!?!?!!? Arrasada!!! Bom pelo menos não corre o risco de Derbisvalada acabar com eles de uma só vez, né? rsrsrs

    Beijosss

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