16 de agosto de 2011

Tia Mundinha

Depois que li o livro O Mundo de Sofia, entendi a real importância do nosso nome. Gostando ou não, ele define muito da sua personalidade. Você seria a mesma pessoa se seu nome fosse Febrônio ou Auxiliadora (nomes de dois tios meus)?
Meu nome não é dos mais simples, já fui chamada de Maora, Maroa, Moira, Murara. A avó de uma amiga já me chamou de Mulamba e o pai do meu amigo Zé, de Maromba. Será que se meu nome fosse outro eu seria diferente? Se fosse Daniela, eu seria flamenguista? Cecília, eu seria brocadora? Diane, eu me maquiaria para fazer a unha em casa, sozinha? Se fosse Renata, eu sorriria até em velório?
Trabalhei com uma queridíssima que se chamava Clemilda, mas toda sua família a chamava de Milene. Na verdade ela nasceu Milene, mas entre a maternidade e o cartório, seu pai resolveu visitar a mãe dele para contar a boa nova e ela, feliz da vida, resolveu sugerir o nome da personagem de um livro que ela tinha acabado ler, enfim, ele adorou a dica. Nem preciso dizer da mágoa que ela tem do pai e da avó.
Dos vários casos sobre nome, adoro a da tia de um amigo, ela que nasceu Raimunda e viveu assim até os 9 anos de idade, mas quando ela completou 10 anos, decidiu, do nada, que seu nome seria Andréia. Lógico que no começo foi difícil para familiares e amigos se adaptarem ao novo nome, mas com o passar do tempo, e mesmo sem mudar os documentos, Andréia encontrou seu lugar no mundo, deixando Raimunda num passado bem distante. Ela cresceu, amadureceu, casou-se, teve dois filhos lindos e vários sobrinhos queridos, que nunca ouviram falar da existência de um ser na família chamado Raimunda. Até que, num churrasco de domingo, uma prima dela, dominada pela cachaça e sem controlar seus pensamentos, a chamou cariosamente, em alto e bom som, na frente de todos, de Mundinha. Copos, garrafas e cadeiras voaram pela festa, foi preciso 5 pessoas para arrancar a faca da mão de Andréia/Raimunda, que partiu pra cima da pobre prima bêbada. Os mais novos se olhavam, se perguntando que apelido foi esse, que tirou todo juizo, razão e sanidade da tia Andréia. O escândalo foi tanto, que as primas passaram mais de um ano de relações cortadas. Além disso, a rotina de toda família mudou:
- Oi tia!!
- Titia o que?
- Tia Andréia.
- Ah Bom!

Nem os filhos foram liberados:
- Tchau Mãe!
- Mãe o que?

Há quem diga que a tal prima parou até de beber para não correr o risco de chamá-la de Mundinha novamente.
Espero, sinceramente,nunca conhecer Tia Andréia, do jeito que sou desligada, posso dar um fora que custará meu belo sorriso.

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Vc é ótima!!! tenho uma história parecida na família, minha tia nasceu Marluce, lá pela infância, adolescência decidiu ser Silene e é assim até hoje que as pessoas conhecem ela no interior e os sobrinhos tb só a chamam de tia Silene, ninguém vai se arriscar, né?

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  2. Também não sei se a troca foi muito boa, não, kkkk!!!

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