Meu amor é muito exigente

Estive numa festa estranha com gente esquisita há algum tempo e desfrutei da companhia de vários amigos queridos, entre eles: Renatudinha Colgate, Si Karabá e sua amada Toda Lisa.
Eis que no auge da minha integração eletrônica Toda Lisa me pede para segurar a garrafa de água dela. Sempre que conto esse caso, sou interrompida por Renatudinha Colgate, que adora fazer uma observação importantíssima:
- Moca não gosta de segurar NADA, quando ela compra água, quem segura sou EU.
Voltando à festinha, fiquei segurando a água de Toda Lisa por uns 5 minutos, foi então que percebi que ela não ia pegar de volta, então Renatuda, que estava segurando minha garrafa d’água, se assustou ao me vê segurando outra e perguntou:

- De quem é esta Garrafa?
- Dela (apontando com o queixo).
- Ah é?! Então tome a sua.

Lá estava eu com duas garrafas de água na mão: não conseguia dançar, conversar, sorrir. Renatudinha se sensibilizou com meu sofrimento e pegou minha garrafa de novo. Vendo a cena, Toda Lisa pediu a garrafa dela de volta, quando esbocei um sorriso, recebi o copo de Whisky dela para segurar. Achei que ela ia amarrar o cadarço, pegar algo no chão, qualquer coisa. Foi quando vendo minha cara de curiosidade, ela disse:

- Fique segurando meu whisky que eu vou ficar com a água agora, tô com sede. ENTENDEU?!

Mentalmente eu respondi: Sim Sinhaninha! Sim Sinhaninha!
Renatudinha se divertia com a situação, quando foi abordada pela nossa Senhora do Engenho:

- No meu bolso tem chiclete, pega e me dá!

A música estava alta, mas mesmo que estivesse baixa, Renatudinha, cada dia mais surda, não escutaria. Pegou o chiclete no bolso dela, abriu e jogou na boca. Por sorte não era o último, Sinhaninha gritou:

- Pra mim, pra mim.

Lá foi Renatudinha de novo, pegar o chiclete no bolso, abrir e, desta vez, colocar na boca certa. Enquanto isso eu continuava com o copo de whisky na mão, detalhe importante, eu não bebo. De quinze em quinze minutos eu era abordada por alguém:

- Você, bebendo!?
- Não é meu! Só tô segurando.

Foi quando cansei de bancar a cadeira do multiplex, joguei o whisky já aguado fora e me libertei para dançar. Mais tarde encontro Si Karabá:
- Estou indo ao bar comprar água para o meu amor!!
Na volta do bar encontro novamente Si Karabá com uma garrafa de água e um copo cheio de gelo:

- Meu amor quer água com gelo. Meu amor é muito exigente!

Mentalmente respondi: Eu bem sei. ENTENDEU?