24 horas com Glorinha Kalil

Se todas as pessoas de Salvador fizessem o curso intensivo de etiqueta que eu fiz nesse final de semana, o trânsito, escolas públicas e praias desta cidade seriam Top. Foi incrível receber Glorinha Kalil em minha casa, muito educada, fashion e gentil.
Quando fomos ao carro buscar suas coisas, ela logo me presenteou com chocolates sortidos. Meus últimos hóspedes só deixaram bebidas alcoólicas.
Fomos para o niver de Boca de Morango e voltamos pra casa, iniciamos os preparativos para dormir. Glorinha que nunca tinha dormido num colchão posto no chão, estava eufórica com a novidade, ela se sentia num camping, só que sem precisar armar a barraca.
Bem preparada, trouxe um chiquérrimo travesseiro de penas de gansos albinos, costurados pelas últimas virgens de seios fartos do sul das filipinas, coisa raríssima. Arrumou a cama com tamanha delicadeza e se deitou para o sono da beleza, dando boa noite a todos os presentes. Passados uns 10 minutos fui até a sala para aprender qual a postura certa para ocupar o colchão. Glorinha, já dormindo profudamente, não se mexia. Uma elegância só, eu cheguei a colocar o dedo próximo ao seu nariz para verificar se estava respirando.
Logo cedo levantei e corri para sala para aprender como se deve acordar. Glorinha estava despertando, assim que ela abriu os olhos, dei-lhe bom dia e ela respondeu com um simples aceno de cabeça. Resolvi propor um café da manhã diferente, para ela:

-Você gosta de ovo?
- Gosto.
- E de presunto?

Demonstrando uma certa confusão mental, ela perguntou:

- Ovo com presunto misturado?
- Isso misturado. Nunca comeu?
- Já comi, mas não tenho a lembrança se gostei.
-Pois hoje terá esta lembrança.

Sai feliz e saltitante para preparar o inusitado breakfast da minha hóspede, enquanto a mesma foi se arrumar para praia.
Glorinha ainda estava no Toilet, quando Renatudinha sentou a mesa e partiu seu pão, porém só servi o ovo quando Glorinha se sentou. Ela foi a primeira a se servir. Colocou pouquíssimo no prato e pegou metade de um pão. Só comeu a outra metade quando eu ofereci, assim como também só se levantou da mesa quando Renatudinha levantou.
Aprendi que gargalhar alto é chinfrim, falar enquanto come é démodé. Glorinha se chocou muito com a história de vida de Côco e achou sua namorada brega e vulgar, pedindo para eu me manter distante deste mundo.
O niver foi de Boca de Morango,mas quem ganhou presente foi eu, que agora estou uma mocinha! Inclusive estou planejando levar Glorinha para comer Maniçoba,já que agora sou ainda mais fã de dela e quero dicas para me vestir melhor, alguém acha que eu preciso?