Moca Rica

Na minha traumática infância na amada e radioativa Caeticity, eu simplesmente adorava brincar de Boca Rica. Meu irmão era o dono do brinquedo e nem sempre liberava a diversão, mas mesmo que ele não me deixasse jogar, eu gostava de assistir. Era muito mágico ver aquela caixinha se enchendo de moedas coloridas e de repente abrindo a boca e fazendo alguém rico. Lembro bem da sensação prazerosa que era receber as moedinhas, sonhava muito com isso.



Graças as moedas coloridas que economizei na minha vida, fui curtir um final de semana num Resort 5 estrelas em Praia do Forte. Me senti no Projac, indo de carrinho da recepção até o quarto. Meu único receio era não conseguir me comportar por 2 dias. Fechamos um grupo de 9 amigos e nos espalhamos pelos quartos distantes de meu Deus do lugar. Dividi o imenso quarto, maior do que meu Flat em PF, com Renatudinha Colgate, que encantada com todo luxo, garantiu que não dormiria até a hora do check out. O sorriso dela congelou na boca e só desaparecia na hora de escalar a cama, muito alta para ela.
Nossa primeira dificuldade foi em encontrar as piscinas, rodamos tanto, que quase parei no Bar do Silva, na vila, depois de quilômetros encontramos a primeira piscina, incrivelmente grande e de águas mornas, do jeitinho que eu gosto. Liguei para Danger Velô, neta de Dona Canô e informei que estava na piscina. Ela estava em outra piscina e fomos ao seu encontro.
De águas transparentes e infinity, igual ao plano da Tim, o tamanho da piscina me impressionou. Tratei logo de entrar e me decepcionei muito com a temperatura da água, G.E.L.A.D.A. Senti meus ossos trincarem e não conseguia entender porque era tão fria. Me lembrei de Jack de Titanic, morto, com os cabelos cheio de gelo, pendurado na tábua, onde a safada da Rose bem dormia o sono da beleza. Busquei na física, química e geografia, a razão para uma diferença tão absurda entre a temperatura das águas das piscinas e encontrei a resposta numa placa, pequena, à esquerda.

PISCINA PARA ADULTOS / ADULTS ONLY

Que coisa terrível! Nenhuma criança para fazer um xixi aquecedor. Na minha humilde opinião, deveriam liberar a piscina pra crianças, das 05 às 09h da manhã e depois proibir.
Depois do choque térmico, resolvi ir ao quarto me arrumar para a festa da Chandon. Banheiro incrível, pena que a toalha quase travou minhas costas. A bicha era tão boa, mas tão boa, que quando encharcou ficou pesando uns 10 quilos. Eu mal conseguia andar com ela enrolada, foi assim que descobri pra que serve o roupão. Minha imagem refletida no espelho de roupão branco era espetacular. Quase desisto de ir pra festa, só para ficar me olhando. Quem me visse naqueles trajes, jamais diria que adoro sarapatel com farinha e pimenta.
Passado o encantamento fui para festinha do espumante. Todos sabem que a Barbie Preta aqui não bebe, e, se for beber, a preferência é por Chuva de Prata, da super marca Cereser. Mas nessa noite abri uma exceção e tomei algumas taças. Só na festa que encontrei o restante da turma: Los Marcelitos, Dani Cantaqueélindo, Caldinho e Pinguim. Pra minha super grata surpresa, eis que encontro Dra Uga Uga e Tomatinho, que pela cor da pele, não deixou sol pra mais ninguém na Bahia de meus Santos tudo. Daí o apelido. Graças ao seu bronzeado, se tornou a pessoa mais popular da festa, passando, inclusive, a ser ponto de referência:

- Você tá aonde?
- Tô aqui, do lado da menina bronzeada.

Além do Chandon por conta, a festa ainda oferecia espetinhos de frutas sortidas. A sequencia do espetinho era morango, kiwi, manga e uva. Gravei porque não consigo esquecer a cena de Renatuda engolindo quase todo o espeto e deixando apenas a uva, para me oferecer. Nem pra ter espetado a amígdala.
Fiz novas amizades como Lolita e a Paulista que conseguiu cair duas vezes no mesmo buraco. Na primeira vez a encontrei lavando a sandália na pia, totalmente estressada, bem paulista. Na segunda vez, já estava descalça, relaxada, lavando, desta vez, o pé na pia. Conversamos um pouco:

- Vocês baianos tem uma imagem que a mulher paulista trabalha muito não é?
- Sim, tipo 9 dias da semana, 48 horas por dia.

Ela nem me respondeu, mas vi sua cara, fazendo os cálculos e deduzindo que eu tinha exagerado um pouco. Fizemos amizade também com uma jornalista, que na festa parecia Juliana Paes, mas no café da manhã, era a cara dos personagens dos Simpsons.
Depois da festinha, que tinha hora pra acabar, me entreguei a um jantar incrível. Só lá descobri que algumas pessoas tinha exagerado na dose do espumante. A pobre Lolita por exemplo, só conseguia andar se fosse ombro-a-ombro com o amigo. Se ele andasse e não avisasse a ela, chão, chão, chão(em ritmo de pagode). Já Cantaqueélindo, não ouviu as ordens de Caldinho pra beber água e foi ao chão, de quatro, perto da piscina.
Como eu queria aproveitar o dia seguinte, me recolhi aos meus aposentos e só acordei no outro dia, para mais diversão, sol, piscina quente e gelada, boa companhia, ótimas risadas e para realização de um desejo. Segue vídeo.



Vale ressaltar que não foi muito prazeroso, mas fiz! Que venha muitos outros findes de luxo e glamour, um dia eu aprendo a me comportar. Ou não!