30 de março de 2010

Altos e Baixos da Vida

É um fato que todos passamos por sérias dificuldades na vida e comigo não seria diferente só porque sou magra, linda e com cabelos lisos quimicamente tratados.
Sabe-se também que quando superamos esses momentos, saimos renovados e fortalecidos pelo sofrimento.
O momento mais difícil que já passei foi quando meus pais decidiram que era hora de eu ir para escola, de aprender a conviver em grupo e fazer amizades. Na minha fofissima cidade só havia uma escolinha particular e o problema é que no ano em que nasci, também nasceram 3 bebês com deficiência mental, um bebê com deficiência de noção e um bebê com deficiência de paciência e todos foram matriculados na mesma turma do jardim de infância. Resumindo: O filme jogos mortais é fichinha perto do que eu passei.
Lá vai a bola girar na, ops, lá vai a bol, ops, lá vai a bola girar na rod, ops, lá vai, ops, lá, ops, lá vai a bola gir, ops. Para a canção chegar no fim eram quase três horas.
Fui jogada da escada pela sem paciência que queria que eu saltasse tão distante quanto ela. Tive minha lancheira destruída enquanto fazia pôse pra foto com a bandeira. Devido ao meu excesso de peso, a graça das crianças era me manter suspensa na gangorra até o fim do recreio e depois soltar de vez para verem eu dar um cambalhota de costas.
A área de tortura, quero dizer, lazer da escola era grande, além da gangorra e balanços, tinha um escorregador onde quase quebrei meu braço por ter sido obrigada a descer pela lateral do brinquedo e também tinha uma casinha de concreto, baixinha, cheia de areia, reduto das meninas. Os meninos preferiam brincar com pneus de carro coloridos espalhados pela área, competindo para ver quem jogava mais longe.
Num bonito dia de sol, enquanto brincava sentadinha na tal casinha, já que não havia espaço para ficar em pé, fui requisitada pela sem paciência a sair e pegar alguma coisa que não me lembro e para me convencer a fazer isso, me ameaçou dizendo que a sem parafusos rasgadora de lancheiras me agrediria. Como sou da paz resolvi fazer o favor, saí engatinhando toda alegre e me esqueci de olhar para os dois lados antes de atravessar a área. Foi tudo muito rápido, lembro das cores dos pneus que me acertaram em cheio, o verde na cabeça, o azul nas costelas e o amarelo sobre as pernas, lembro dos gritos das crianças chamando a professora e da risada dos meninos que jogaram os pneus liderados pelo sem noção (que é meu amigo até hoje), lembro também do desespero da pró enquanto lavava meus ferimentos.
Não preciso nem dizer que fugi da escola dias depois, imaginem duas crianças de quatro anos cada, cansados do sofrimento, andando sozinhas pelas ruas de uma cidade pacata em busca de liberdade. Lembro de ter ficado de castigo por isso e meu vizinho fugitivo foi para o clube, mas o importante foi que consegui convencer meus pais de que já havia amadurecido o suficiente com a experiência.
Mal sabia eu que o sem noção e a sem paciência estariam me esperando na primeira série e que me acompanhariam até a sexta, mas ai já é outra estória e eu já era outra pessoa.

5 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkk!!!
    Tadinha... Fiquei com muita pena de vc! Por isso vc é assim hoje???
    Lari

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  2. kkkkkkkkk.....nossa infância é o ponto de partida para formação da personalidade...tá explicado..kkkkkkk

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkk... de pensar que tive momentos parecidos... dois anos depois, e que precisei sair também da escolinha por causa de acontecimentos semelhantes!!! eu não merecia aquilo!!!!
    Mas não imaginava que vc sofria tanto... por isso que vc é assim! O verdadeiro trauma de infância!

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  4. KKKKKKKKKKKKKKKKK CHORANDO DE RIR!

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  5. Leonardo Nevesssssssssssssss5 de outubro de 2010 às 18:18

    eu nao sou esse que é o amigo até hj ...
    amiga eu deixo vc me atropelar com o pneu azul só.. 3 é de mais hauahuahuha

    bjos no coração
    hauhau
    vamos marcar de relambrar o passado.. kakaka
    Ha vc contou que quase me matou de bike????
    Gente... moca me deu uma carona no quadro da bike rosa dela de cestinha.... e pulou me jogando no meio da rua... aff.. quebrei 3 dedos... até hj tenho vontade de comprimenta-la apertando sua mão .. mas ela sõ da beijinho não sei pq???? alguem pode pergunta-la e me responder ...

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