19 de maio de 2012

Queimada no chicotinho!



Sou uma pessoa muito observadora, adoro prestar atenção nas pessoas, nos detalhes, em tudo que está ao meu redor. Só assim consigo os melhores furos de reportagem. Mas infelizmente, nem sempre foi assim.
Quando eu estava na primeira série, com apenas 5 anos de idade, eu tinha uma coleguinha cuja irmã era 3ª série e por causa disso, fomos convidadas a brincar no recreio com as meninas mais velhas. Aquilo era o máximo da emoção. Todas as meninas da minha turma eram desprezadas pelas meninas da 3ª série, que as achavam umas pirralhas imaturas.
Pois bem, a brincadeira proposta foi chicotinho queimado, um jogo estupido, feito para os fortes, onde todos fecham os olhos, enquanto uma pessoa coloca um 'chicote' nas costas de alguém, que tem que pegar o chicote e correr atrás da pessoa que colocou elemento lá. Se conseguir alcançar a pessoa e lhe acertar umas chicotadas, você é o máximo, e tem que colocar o chicote nas costas de alguém e se preparar pra correr, se não conseguir alcançar a pessoa, você é uma débil e passa o resto da brincadeira sentada no meio da roda.
Estava achando tudo maravilhoso, deslumbrada com o fato de estar ali, com as pré-adolescentes do semi-árido baiano, vendo a cara de inveja das minhas coleguinhas, até perceber que o chicote, para minha tristeza, na primeira rodada da brincadeira, foi colocado atrás de mim. O meu encantamento em participar da brincadeira foi tanto que me esqueci de observar quem era a pessoa que tinha começado a brincadeira, ou seja, não sabia quem eu deveria perseguir.

Foi rídiculo, senti um calor imenso no rosto, chicoteei algumas pessoas que nem estavam brincando, corri pro nada e para canto nenhum, até que, depois de eternos 5 minutos, as meninas da 3ª série, chocadas com a minha mongolice, começaram a gritar em coro:

Perdeu, perdeu, perdeu

Fui convidada a me sentar no centro do circulo, tendo que engolir o choro e sentindo minha pressão arterial cair para 8 por 4. Mas como sempre digo, tudo na vida é uma lição, com esta experiência traumatizante eu aprendi a ser mais observadora, a não tentar ser o que não sou, e principalmente, aprendi que mais cedo ou mais tarde, podemos dar boas risadas dos piores momentos.

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